Por que plantar?


Introdução

O Guanandi ou Jacareúba (Calophyllum brasiliensis Cambeáedes; Clusiaceae ou Gutiferae, da mesma família do Mangosteen e do Bacuri) é uma árvore brasileira; por vezes a espécie é denominada também de Calophylum Antillanum ou Calophillum Mariae. Calophyllum em Grego significa "folha bonita".

O uso sustentável de sua madeira é considerado como a melhor alternativa ao uso predatório do Mogno e do Cedro; é considerada tão bonita e trabalhável quanto estas, sendo resistente e imputrecível. As árvores plantadas de Guanandi não sofrem ataques de pragas - como a lagarta Hypsipyla grandella Zeller que ataca ao mogno e ao Cedro. O plantio de cada árvore de Guanandi é capaz de economizar o corte predatório de muitas árvores amazônicas: O corte de um simples Mogno na amazônia, por exemplo, pode provocar a derrubada de até 30 outras árvores - dado que os Mognos, ao contrário dos Guanandis, não ocorrem em ajuntamentos; Esta substituição provoca um efeito fantástico sobre a diminuição do aquecimento global a longo prazo, uma vez que compradores europeus, japoneses e americanos já começam a aceitar pagar mais caro por madeira de reflorestamento; além disto, o sistema radicular do Guanandi levanta o lençol freático, trazendo a água subterrânea para a superfície; ou seja, ele recupera e fertiliza os solos onde é plantado, ao contrário de algumas outras espécies muito utilizadas. A madeira de Guanandi promete ser uma das mais importantes commodities brasileiras.

Palavra Guanandi

A palavra Guanandi deriva do Tupy "o que é grudento". Este nome designa o látex amarelo que é exsudado pela casca; conhecido como Jacareubin, esta seiva é conhecida por ter poderosas capacidades medicinais, com referências que se iniciam em relatos dos povos pré colombianos - todas já comprovadas cientificamente; são elas: contra úlcera e gastrites; no tratamento de danos da próstata; no tratamento pós tatuagens; como cicatrizante; contra queimaduras solares; no tratamento de hemorróidas; como analgésico; como anti-inflamatório em picadas de insetos; como antimoluscicida no combate ao parasita causador da doença de Chagas.

Importante industria cosmética e dermatológica francesa (Jean Daveze), entre outras, industrializa o óleo de Calophyllum (lá conheciso como TAMANU OIL), derivado das castanhas(sementes) de Calophyllum, como agente esfoliador, rejuvenescedor e contra rugas da pele. A maioria dos efeitos da seiva já é conhecida a milhares de anos pelos nativos indonésios, de Madagascar, do Havaí e da América Latina, e diversas indústrias havaianas comercializam o seu óleo, especialmente para uso dermatológico. As castanhas do fruto do Guanandi são compostas de 44% de óleo puríssimo, que além dos usos citados também pode ser queimado como bio-combustível, sendo o Guanandi um fornecedor deste com eficiência próxima à de culturas vegetais menos importantes, como a mamona.

O laboratória Sarawak medichem, joint venture entre o governo Indonésio e a Terracom laboratories - está testando, na Indonésia (Bornéo), o Calanolide A, extraído das folhas de Calophyllum, na reversão do vírus da AIDS em humanos. http://www.terracompr.com/Projects/ advancedlife.html

O efeito na reversão do vírus já foi observado em aves, macacos e roedores. Algumas universidades americanas e asiáticas também estudam o efeito em redução de tumores cancerígenos.

Os trade names mais comuns da madeira do Calophyllum brasiliensis são: Jacareúba -em Tupy: casca de jacaré por seu caule assemelhar-se à pele do Réptil, Guanandi e Árbol de santa maria. Também é conhecido como: Landim, Olandim, Landi, Cedro-Mangue, Guanandi-Cedro, Cedro do pântano (Brasil), Arary, Ocure, Cachicamo, Balsamaria, Aceite Mario, Palomaria, Brazil beauty leaf (folha bonita brasileira) e até de Alexander Laurel, ou coroa de louros de Alexandre, pela beleza de suas folhas.

O Guanandi foi a primeira madeira considerada como madeira de lei no Brasil império, lei de 07 de janeiro de 1835; já em 1810 um decreto destinava exclusivamente para a corôa o seu corte. Foi muito utilizada para a construção de navios das frotas Portuguesa e inglêsa, nos séculos 17 e 18; A madeira de Guanandi, assim como outras madeiras brasileiras, foram parte importante no interesse Inglês de firmar parceria comercial com Portugal, o que propiciou a vinda da familia real portuguesa ao Brasil, algo que os livros de historia omitem; imputrecível e muito mais leves que o Carvalho Europeu, madeiras como o Guanandi e o Mogno absorviam as balas de canhão sem sofrer danos à estrutura dos navios que as utilizaram em sua construção.

  • Curiosidades da árvore

    Conforme demonstra o site botanypictures [1] fotos do guanandi foram tiradas em Curação, antilha holandesa onde o índice pluviométrico aproxima-se de zero, ou seja, ela é uma espécie com tamanha capacidade germinativa que é a única árvore de madeira de qualidade do mundo capaz de crescer embaixo d´água, como das poucas que convseguem conviver com cactus em clima desértico. Tese de mestrado de Mariana Bottino, da UFRJ, em 2.006, afirma que um fruto de Guanandi pode atravessar, boiando, o atlântico, a partir da costa brasileira, e sua semente é capaz de germinar, após isso, em solo africano. A espécie vem sendo plantada com muito sucesso no Estado de São Paulo; como árvore nativa brasileira, já está reaproximando a fauna local, como demonstra os ninhos de pássaros que já escolheram árvore para nidificar. O retorno financeiro de sua cultura é muito alto, facilmente percebido quando se sabe que, apesar de ter custos de plantio semelhantes ao do pinus e do eucalipto para corte, seu preço ultrapassa facilmente dezenas de vezes o destas madeiras de árvores não brasileiras; O Guanandi também concorre em velocidade de crescimento com a badalada Teca Indiana; ao contrário desta última, O Guanandi aceita o clima mais rigoroso do sul e sudeste brasileiros, bem como se adapta muito bem à declividade.

    Agência deze7